A cárie dentária é uma doença bacteriana contagiosa, que afeta grande parte da população. Caracteriza-se pela perda de estrutura do dente devido à ação de ácidos provenientes de bactérias existentes na boca quando na presença de açúcares.
Para que apareça uma cárie dentária é necessário que existam em simultâneo um conjunto de fatores (Doença multifatorial) e que eles interajam entre si. Estes são os principais:
Dentes suscetíveis à dissolução ácida (dentes com menor quantidade de flúor e fissuras profundas)
Presença de bactérias orais com potencial cariogénico (Streptococus mutans)
Presença de alimento para as bactérias (bolachas, doces, chocolates e gomas por ex.)
Estes fatores interagem entre si principalmente após a ingestão de alimentos cariogénicos, portanto se estes não forem removidos, formam aquilo que se designa por placa bacteriana, onde as bactérias transformam os açúcares dos restos alimentares em ácido. Este ácido tem a capacidade de dissolver a camada mais superficial do dente, removendo os minerais do esmalte. Se este processo não for interrompido forma-se uma cavidade dentária chamada lesão de cárie dentária.
Existem alguns fatores que influenciam a probabilidade de desenvolver cáries dentárias.
A saliva - Pode funcionar como elemento de autolimpeza eliminando os açucares. Para além disto, a saliva tem a função de neutralizar os ácidos produzidos pelas bactérias de forma a tornar o ph mais alcalino. A pessoas que tem problemas na produção de saliva (xerostomia) são mais propensas ao aparecimento e evolução desfavorável da cárie dentária.
A higiene oral - É sem dúvida um fator que impede a cárie de acontecer porque para além de eliminar a placa bacteriana dá um aporte de flúor. Após as refeições deve proceder-se à escovagem dos dentes durante 2 minutos aproximadamente, com uma escova suave e com pasta fluoretada. Devem ser efetuados movimentos circulares abrangendo todas as superfícies dos dentes, por fora, por dentro, e nas superfícies mastigatórias. Este procedimento deve ser complementado com o uso de escovilhões e/ou fio dentário pelo menos na lavagem antes de deitar.
A existência de flúor é muito importante para existirem dentes saudáveis, razão pela qual o dentifrício deve ser fluoretado. Normalmente, a água ingerida é fluoretada e esta é a principal forma de aporte de flúor, mas em caso de se verificar grande suscetibilidade à cárie dentária, aconselha-se o reforço de flúor
A dieta alimentar - O tipo de alimentação que cada um faz e o horário que cumpre, é obviamente um fator de extrema importância na prevenção do aparecimento de cáries. Não devemos consumir alimentos com muitos açucares e principalmente não devemos comer estes alimentos entre as refeições.
Não esquecer que a cárie dentária é uma doença infetocontagiosa e como tal pode propagar-se pela transmissão de bactérias presentes na saliva, assim uma simples troca de beijos ou a prova de comida que a mãe faz ao alimentar o seu bebé podem ser meios de transmissão da doença. Deve, portanto, evitar-se compartilhar objetos que entrem em contacto com a boca.
A cárie dentária em fase inicial só é detetável pelo Médico Dentista. Este através da observação da superfície do dente devidamente comprovada pela sondagem das superfícies dentárias, consegue verificar se há perda da integridade do esmalte dentário. Muitas vezes o Médico Dentista tem necessidade de complementar o que vê através de um exame radiográfico, principalmente quando as cáries dentárias surgem em zonas menos visíveis como por exemplo entre dois dentes ou no dente do siso.
Normalmente quando o paciente deteta uma cárie esta já esta numa fase avançada, ou porque já perdeu estrutura dentária ou porque tem dor moderada a forte. No entanto, existem alguns aspetos que os pacientes devem estar atentos, nomeadamente aparecimentos de manchas brancas, amarelas, castanhas ou pretas, ou quando sente que ao passar o fio dentário este fica preso ou rasga.
A maior sensibilidade a alimentos quentes ou frios pode ser um dos sintomas de presença de cárie dentária.
A sensação de mau hálito também pode indicar a presença de uma cárie, devido ao processo de necrose e putrefação provocado pelas bactérias envolvidas no seu desenvolvimento.
Em qualquer destas situações deve sempre consultar o seu Médico Dentista.
Dependendo da extensão do atingimento da cárie esta terá formas diferentes de tratamento.
Cárie inicial- Se a cárie estiver apenas no esmalte e não atingir a dentina esta pode ser resolvida espontaneamente, através da remineralização do esmalte por aporte de flúor, através de uso de pasta fluoretada e técnica correta e escovagem.
Cárie pequena – é necessária uma intervenção do Médico Dentista para a remoção do tecido danificado e substituição por um material restaurador- normalmente compósito. Antigamente usava-se amálgama de prata (chumbo) mas atualmente já não é usada devido aos malefícios do mercúrio que esta incorpora.
Cárie extensa- Neste caso a intervenção do médico dentista é sempre efetuada com anestesia e pode ser apenas a remoção de tecido cariado e a posterior restauração com compósito ou pode ser necessário efetuar a desvitalização do dente, caso a cárie dentária tenha atingido a camara pulpar. A desvitalização é um procedimento através do qual o Médico Dentista entra na camara pulpar e remove a parte nervosa do dente, desinfeta e obtura, de forma a que o dente fique sem sensibilidade- dente desvitalizado.
Quando a cárie é muito extensa, e o dente fica muito frágil e poderá ser necessário colocar um inlay, overlay ou uma coroa total de cerâmica para o restaurar.
Por vezes a destruição do dente já envolve a raiz do dente e neste caso é necessário proceder á extração do mesmo.
A cárie dentária é uma doença muito frequente, mas cabe a cada um proceder de forma a evitá-la e minimizar as suas consequências. Para tal deve fazer uma higiene frequente e correta, visitar o seu dentista regularmente (6 em 6 meses) e evitar ingerir alimentos cariógenicos entre as refeições.
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